Gil Vicente é um artista plástico pernambucano cuja obra é marcada pela acidez e contundente sinceridade. E esta não é apenas uma frase de efeito para abrir um post.
Mas pelo visto a OAB-SP não acredita que um artista tenha o direito de expressar, em sua arte, o seu sentimento em relação a algumas figuras públicas cuja trajetória ele deplora. Coisas de advogados, que enxergam o que querem naquilo que veem. Acusam o artista, e a curadoria da Bienal que se recusa a censurar as obras, de apologia ao crime. Esquecem-se contudo, que assim como a mãe do juiz que não é uma puta por mais que os torcedores enfezados assim a alcunhem, a toda figura pública é dada mais de um corpo.
Para além de seu corpo físico, que vive e respira, aquele que é o humano, há um corpo que habita o imaginário da sociedade onde atua aquela figura pública. No quadro onde Gil Vicente se auto-retrata prestes a matar Fernando Henrique Cardoso, o autor expressa desejo de aniquilar aquele corpo público associado às asneiras políticas e crimes éticos cometidos pelo ex-presidente, e não o desejo de cometer assassinato contra o pai, avô, pessoa humana Fernando Henrique Cardoso.
Falta, para variar, sutileza e compreensão da arte ao olhar dos advogados da OAB-SP.
É uma afirmação tão óbvia quanto dizer que porcos não voam.
UPDATE:
A pedidos…
Posso ouvir o fapfapfap de demotucanos se masturbando agora.