Tiro no pé. Tiro que sai pela culatra. Tiro pra cima…
Não é pra se safar que você atira. É para que o alvo caia antes de você. Uma coisa que escapa da percepção de todos os individualistas com suas assépticas visões de mundo é que o artista não expõe sua obra para se salvar, mas sim para impedir que ela também se perca. Por mais que você discorde da obra de Gil Vicente, ela já fez o seu papel. Podem atirá-la às chamas agora, se quiserem. Não vai mais adiantar. Agora é tarde, a pretensa inocência já está perdida, e você já teve que entrar em contato com o que sente ao ver Gil Vicente aportando armas e facas contra pessoas. A visão do artista já atingiu seu olhar. Ponto pra ele.
Sabe o que é menos impressionante nessa história? Ninguém morreu… nem mesmo Romeu Tuma.