Vídeo mostra helicóptero dos EUA massacrando civis no Iraque

No dia 12 de julho de 2007, no bairro de Nova Baghdad (em Baghdad, no Iraque), um helicóptero Apache norte-americano se depara com um grupo de pessoas em uma praça. Sem estar muito certos se os homens ali reunidos estavam armados, e aparentemente confundindo câmeras fotográficas e filmadoras com armas, os militares no helicoptero decidem abrir fogo contra as pessoas ali reunidas.

O que se segue é uma amostra crua do completo descaso pela vida humana, quando os militares no helicoptero atiram repetidas rajadas com a metralhadora de grosso calibre do helicóptero para tentar certificar-se de que todas as pessoas ali estavam mortas. Depois disso, o helicoptero continua rondando a praça e atirando em outros civis e em um carro, que tentavam socorrer um sobrevivente. O saldo são 12 civis mortos, inclusive dois funcionários da BBC (que tiveram suas câmeras confundidas com armas) e duas crianças gravemente feridas.

Tudo isso está registrado em um vídeo, que o site WikiLeaks obteve e trouxe a público hoje. Se a descrição do ocorrido não foi ruim o bastante, assista o vídeo abaixo. Atente para as falas dos militares no helicóptero e através do rádio. Em um certo momento um deles chega a fazer graça do momento em que um tanque Bradley passa por cima de um dos cadáveres. É isso que a guerra faz com as pessoas, e é assim que são as pessoas que fazem guerra. Pense nisso.

Para quem quer saber mais, o WikiLeaks também tem mais documentação sobre o episódio.

4 Respostas to “Vídeo mostra helicóptero dos EUA massacrando civis no Iraque”

  1. Tenho medo de associar isso as interfaces de video-game, mas assistindo o video não pude deixar de lemrbar que os EUA são consumidores vorazes de um certo tipo de jogo que tem essa mesma interface. Treinamento, sei lá.

    Medo desse tipo de associação, como falei.

    • Viciado em games, alguns deles bem violentos, como sou, também não posso negar a semelhança. Mais do que isso, não posso deixar de notar a semelhança das falas dos soldados que estão matando de verdade com a de seus conterrâneos (e muita vezes coetâneos) que estao matando “de mentira” nos games. Já falei antes e falo de novo: o ser humano tem uma agressividade absurda, represada ou canalizada, por debaixo do verniz de civilidade. O que mais choca não é a postura dos soldados, mas sim a de seu comando. Eles estavam fazendo EXATAMENTE o que era desejado que fizessem, e isso é que é o pior. Toda a agressividade humana envolvida estava sendo usada, com a mesma precisão das armas ali utilizadas, para levar em frente uma agenda política de massacre e extermínio de pessoas e vontades. Um exército de ex-videogamemaníacos é uma ferramenta preciosa para a direita belicista dos EUA

      E ainda assim, sei que não posso falar impunemente. Gosto dos mesmos jogos, e me delicio com a matança “de mentira”. É por isso que eu digo que temos todos que ter cuidado com nós mesmos. Não era gente muito diferente de nós que estava morrendo ali, e também não é gente muito diferente de nós (ou ao menos de mim mesmo) que estava ali matando. Esta é uma das faces da complexidade da questão. E para além dos dilemas e complexidades humanos, o que mais choca é o uso desta nossa loucura contemporânea pelos grupos de poder…

      Em suma… preocupante. Vou ali trucidar alguns soldados da Aliança no WOW para relaxar… =)

    • Raquel Tenorio Says:

      Também tinha pensado no treinamento sblevers que eles fazem… quem são esses soldados, que tipo de coisas os levou a guerra… como eles piotam e atiram como se estivessem jogando wow.. triste… geração perdida essa que creece vendo essa guerra, tanto os que perdem os pais assim na mão desses caras, tanto os que crescem pensando que esses soldados são heróis…

      • Vista de fora, toda geração é “perdida” exceto quando queremos exaltá-la em comparação a outra. Ultimamente venho pensando que o mundo não está pior hoje do que era antes. Nós apenas o enxergamos de forma diferente, e temos acesso a mais pontos de vista sobre o que está acontecendo.

        Quanto aos jogos violentos… continuo sendo fã deles, para além dos debates sociológicos. Creio que consistem em uma forma saudável de expressão da agressividade que nos é constituida por esta cultura. Se vamos questionar o quanto somos agressivos, o ponto a começar é a lógica masculina e a posição do guerreiro, da força e do poder, em nosso imaginário, e não os meus jogos violentos, oras! =)

        Por fim… quanto aos heróis. Já se perguntou o que é um herói, para além da palavra? Qual a função social, política e/ou artística do herói? =)

        Abraços do Verde.

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